sexta-feira, dezembro 23, 2005
Manenta
Aproxima-se a Festa e eu estou esquisita. A minha mãe diria, talvez, que estou "manenta". Manenta ou manento e um adjectivo curioso, que ouço desde a infância. Aplica-se a pessoas quando andam pensativas, viradas para dentro.
Mas eu talvez esteja mais do que apenas "manenta". Mais do que "bicho-do-buraco" também. A minha mãe diria: "estás aborrecendo os cachorros". Talvez "pegando c'as pedras". Ou "peguilhando com tudo."
Uma mistura disso tudo é como estou nesta revéspera de Festa, que é dia de ir ao mercado e de passar a noite na folia das cantigas e das compras.
Mas eu talvez esteja mais do que apenas "manenta". Mais do que "bicho-do-buraco" também. A minha mãe diria: "estás aborrecendo os cachorros". Talvez "pegando c'as pedras". Ou "peguilhando com tudo."
Uma mistura disso tudo é como estou nesta revéspera de Festa, que é dia de ir ao mercado e de passar a noite na folia das cantigas e das compras.
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Tin - Tá - Tum
Este ano perdeu-se um bocadinho da "Festa". Nem queria acreditar, mas a minha mãe este ano não fez tin-tá-tum, um dos mais tradicionais licores do Natal madeirense.
Manda a tradição que se sirva um licor às visitas, quando estas vão "ver a lapinha". É uma bebida forte, confeccionada à base de álcool, água e açúcar, para além da essência da fruta que lhe dá o sabor característico. As essências e o álcool encontram-se à venda nas farmácias.
O licor de tangerina é um dos mais conhecidos, tal como o tin-tá-tum, que é o mais elaborado, com uma maior variedade de ingredientes.
Na minha casa, desde que me lembro, a minha mãe fazia tin-tá-tun. O Natal terá sempre o cheiro do tin-tá-tum, ainda que aconteça como este ano e a mia mãe não o faça. Aqui fica a receita desse licor que é uma parte da "Festa".
Tin - Tá - Tum
Ingredientes
2 litros de água
1 kg de açúcar
30 gramas de chá preto
50 gramas de passas
25 gramas de canela em pau
1 vagem de baunilha
Essência de baunilha para 2 litros
1 litro de vinho tratado
1 litro de álcool
Modo de preparar
Junta-se num tacho a água, o açúcar, as passas, a canela em pau, a vagem de baunilha e o chá preto. Leva-se ao lume e deixa-se ferver durante 20 minutos.
Deixa-se arrefecer e junta-se o álcool, a essência de baunilha e o vinho tratado.
Deita-se tudo num garrafão, à excepção do chá preto, que se retira do preparado. Deixa-se repousar alguns dias antes de beber. No entanto, deve-se agitar o garrafão todos os dias.
Nota: Há quem acrescente a esta receita figos passados. Outras pessoas, em vez do vinho tratado usam vinho normal, que deitam a ferver no início, junto com os restantes ingredientes. Também há quem utilize o vinho madeira doce.
Manda a tradição que se sirva um licor às visitas, quando estas vão "ver a lapinha". É uma bebida forte, confeccionada à base de álcool, água e açúcar, para além da essência da fruta que lhe dá o sabor característico. As essências e o álcool encontram-se à venda nas farmácias.
O licor de tangerina é um dos mais conhecidos, tal como o tin-tá-tum, que é o mais elaborado, com uma maior variedade de ingredientes.
Na minha casa, desde que me lembro, a minha mãe fazia tin-tá-tun. O Natal terá sempre o cheiro do tin-tá-tum, ainda que aconteça como este ano e a mia mãe não o faça. Aqui fica a receita desse licor que é uma parte da "Festa".
Tin - Tá - Tum
Ingredientes
2 litros de água
1 kg de açúcar
30 gramas de chá preto
50 gramas de passas
25 gramas de canela em pau
1 vagem de baunilha
Essência de baunilha para 2 litros
1 litro de vinho tratado
1 litro de álcool
Modo de preparar
Junta-se num tacho a água, o açúcar, as passas, a canela em pau, a vagem de baunilha e o chá preto. Leva-se ao lume e deixa-se ferver durante 20 minutos.
Deixa-se arrefecer e junta-se o álcool, a essência de baunilha e o vinho tratado.
Deita-se tudo num garrafão, à excepção do chá preto, que se retira do preparado. Deixa-se repousar alguns dias antes de beber. No entanto, deve-se agitar o garrafão todos os dias.
Nota: Há quem acrescente a esta receita figos passados. Outras pessoas, em vez do vinho tratado usam vinho normal, que deitam a ferver no início, junto com os restantes ingredientes. Também há quem utilize o vinho madeira doce.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Vai-se de horário!
A primeira Missa do Parto encheu por completo a Igreja de São Gonçalo e a tradição cumpriu-se à risca. Vieram grupos a pé, tocando campaínhas para chamar gente. Cantou-se a caminho da igreja e não faltaram os licores e a poncha para aquecer.
A missa é às seis da manhã com manda a antiga tardição. No final, o adro ficou cheio de gente e de animação; os vendedores da barraca da igreja não tinham mãos a medir para satisfazer os pedidos de canja, sandes de carne de vinho e alhos, ou cacau.
Pessoas cumprimentavam-se e ficavam a conversar. Ali ao lado cantava-se um despique. Tudo como antigamente. Eu estive lá e fiquei contente por ver assim preservada a tradição das Missas do Parto, realizadas nos nove dias que andecedem a festa, uma por cada um dos meses de gravidez de Nossa Senhora.
Falei com várias pessoas, provei broas de mel, licor de cerveja, e uma poncha divinal oferecida por uma senhora do grupo das Neves, Sítio a que foi dedicada a primeira missa. Teresa e Rosa contaram-me que tinham descido a pé, desde as Neves, tal como antigamente. Demoraram meia hora para chegar à igreja. "- E regressam a casa também a pé?", perguntei. "- Não, agora é a subir, custa mais. Vai-se de horário!" Então Boa Viagem.
Aos poucos as pessoas foram dispersando, umas nos seus carros particulares, a caminho do trabalho. Outras de horário. "A subir custa mais. Vai-se de horário."
Fiquei contente por saber preservada, não só a tradição das missas do parto, mas também esta palavra tão madeirense que significa autocarro.
A missa é às seis da manhã com manda a antiga tardição. No final, o adro ficou cheio de gente e de animação; os vendedores da barraca da igreja não tinham mãos a medir para satisfazer os pedidos de canja, sandes de carne de vinho e alhos, ou cacau.
Pessoas cumprimentavam-se e ficavam a conversar. Ali ao lado cantava-se um despique. Tudo como antigamente. Eu estive lá e fiquei contente por ver assim preservada a tradição das Missas do Parto, realizadas nos nove dias que andecedem a festa, uma por cada um dos meses de gravidez de Nossa Senhora.
Falei com várias pessoas, provei broas de mel, licor de cerveja, e uma poncha divinal oferecida por uma senhora do grupo das Neves, Sítio a que foi dedicada a primeira missa. Teresa e Rosa contaram-me que tinham descido a pé, desde as Neves, tal como antigamente. Demoraram meia hora para chegar à igreja. "- E regressam a casa também a pé?", perguntei. "- Não, agora é a subir, custa mais. Vai-se de horário!" Então Boa Viagem.
Aos poucos as pessoas foram dispersando, umas nos seus carros particulares, a caminho do trabalho. Outras de horário. "A subir custa mais. Vai-se de horário."
Fiquei contente por saber preservada, não só a tradição das missas do parto, mas também esta palavra tão madeirense que significa autocarro.
Tempo embezerrado, bezegaia, rovalhada
No espaço de apenas duas horas, o tempo experimentou estas três cambiantes. O tempo começou por estar embezerrado, apenas. Depois o céu transformou-se e desfez-se numa bezegaia. Daí a bocado, a bezegaia transformara-se em rovalhada.
Íamos a caminho de Santana e o tempo estava cinzento escuro, parado. "Este tempo 'tá embezerrado" - afirma o meu pai. Eu nunca tinha ouvido aquela expressão na minha vida:"O que é tempo embezerrado?"
Tanto o meu pai como a minha mãe tentaram explicar-me: o tempo está embezerrado quando se apresenta como naquele dia: escuro, parado, sem desatar nem para um lado, nem para o outro, sem abrir o sol, e sem a chuva cair. "Também se usa essa palavra para pessoas. Uma pessoa pode estar embezerrada, triste..."
No regresso, começou a cair uma chuva muito fininha, daquela que parece que nem sequer molha, que não molha mesmo: "Esta bezegaiazinha é perigosa. Quando chove mais, lava a estrada, mas isto só escorrega, é perigoso para os carros." A bezegaia é essa amostra de chuva que nem chuva é.
Ora, daí a bocado essa chuva aumentou de intensidade e passou a ser chuva que molha, embora não encharque. Uma chuva fraca, mas ainda assim chuva. Foi então que começou a rovalhar. Uma rovalhada, ou uma rovalhadinha, depende, é uma chuva fraca, daquelas que às vezes uma pessoa se sente tentada a não abrir sequer o guarda-chuva. Mas molha e provoca constipações, ora agora!
Numa só manhã assisti a um tempo embezerrado, vi cair uma bezegaia e vi também uma rovalhada. Há dias mais completos do que outros.
Íamos a caminho de Santana e o tempo estava cinzento escuro, parado. "Este tempo 'tá embezerrado" - afirma o meu pai. Eu nunca tinha ouvido aquela expressão na minha vida:"O que é tempo embezerrado?"
Tanto o meu pai como a minha mãe tentaram explicar-me: o tempo está embezerrado quando se apresenta como naquele dia: escuro, parado, sem desatar nem para um lado, nem para o outro, sem abrir o sol, e sem a chuva cair. "Também se usa essa palavra para pessoas. Uma pessoa pode estar embezerrada, triste..."
No regresso, começou a cair uma chuva muito fininha, daquela que parece que nem sequer molha, que não molha mesmo: "Esta bezegaiazinha é perigosa. Quando chove mais, lava a estrada, mas isto só escorrega, é perigoso para os carros." A bezegaia é essa amostra de chuva que nem chuva é.
Ora, daí a bocado essa chuva aumentou de intensidade e passou a ser chuva que molha, embora não encharque. Uma chuva fraca, mas ainda assim chuva. Foi então que começou a rovalhar. Uma rovalhada, ou uma rovalhadinha, depende, é uma chuva fraca, daquelas que às vezes uma pessoa se sente tentada a não abrir sequer o guarda-chuva. Mas molha e provoca constipações, ora agora!
Numa só manhã assisti a um tempo embezerrado, vi cair uma bezegaia e vi também uma rovalhada. Há dias mais completos do que outros.
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Vaginha a cuma?
Tanto ontem enquanto fazia o jantar, mais exactamente a propósito do feijão verde que serviu de acompanhamento, como hoje enquanto fazia as compras no supermercado e entre as verduras escolhia feijão verde, me veio à memória uma conversa que ouvi há tempos.
- "Comprei vaginha na Camacha" - disse o homem.
- "Vaginha?" - retorquiu a mulher - "A cuma?"
Acho que o homem disse que tinha sido a três euros e meio, não juro, mas acho que foi esse o preço que ele disse, e os dois continuaram a conversa comparando os preços da vaginha de dois supermercados e do homem que tinha vendido a tal vaginha, afinal bem mais barata, algures no Largo da Achada após a missa das 10 e meia do domingo anterior.
Vaginha foi a palavra que aprendi para identificar o feijão verde. É a palavra que ainda usamos em casa dos meus pais. Tem lógica esta transformação da palavra vagem em diminutivo. Afinal a vaginha mais não é do que a vagem do feijão antes de os feijões se desenvolverem.
A cuma? Já não me é tão fácil encontrar uma explicação. Uma possível deturpação de que palavra? Como? Quanto?
Na verdade prefiro assim. O inexplicável é sem dúvida mais interessante do que aquilo que tem explicação.
- "Comprei vaginha na Camacha" - disse o homem.
- "Vaginha?" - retorquiu a mulher - "A cuma?"
Acho que o homem disse que tinha sido a três euros e meio, não juro, mas acho que foi esse o preço que ele disse, e os dois continuaram a conversa comparando os preços da vaginha de dois supermercados e do homem que tinha vendido a tal vaginha, afinal bem mais barata, algures no Largo da Achada após a missa das 10 e meia do domingo anterior.
Vaginha foi a palavra que aprendi para identificar o feijão verde. É a palavra que ainda usamos em casa dos meus pais. Tem lógica esta transformação da palavra vagem em diminutivo. Afinal a vaginha mais não é do que a vagem do feijão antes de os feijões se desenvolverem.
A cuma? Já não me é tão fácil encontrar uma explicação. Uma possível deturpação de que palavra? Como? Quanto?
Na verdade prefiro assim. O inexplicável é sem dúvida mais interessante do que aquilo que tem explicação.
sexta-feira, dezembro 09, 2005
A morte do porco
Logo no primeiro fim-de-semana de Dezembro cumpriu-se a tradição na casa da minha infância. Repetiu-se a função do porco, com todos os passos a que me habituei desde sempre. O meu pai falou ao marchante para matar o porco e depois convidou mais alguns amigos para irem ajudar. Na véspera fomos comprar grão de bico e bacalhau porque esse é o prato obrigatório na "morte do porco". No sábado, logo de manhã, a minha mãe começou a fazer comida porque para além do almoço tem de haver sempre "dentinhos" para ir servindo aos homens, acompanhando copos de vinho seco, medidos directamente do garrafão. Quando lá cheguei, pouco antes do almoço, o porco já estava pendurado e a ser aberto. Estive lá pouco tempo. O suficiente, porém, para sentir a segurança daquilo que se mantém quase igual.
Há muitos anos teriam vindo mais visitas; com certeza não se limitariam aos cinco homens que este ano mataram e arranjaram o porco. Teria havido crianças a brincar pelo terreiro e a atrapalhar o trabalho dos homens, tapando os ouvidos e escondendo-se dentro de casa para não ouvirem os guinchos de aflição do porco, mas depois presenciando tudo com curiosidade e com a alegria de uma autêntica festa. Não se afastariam do local, atentos ao chamuscar do porco com fagulhas de pinheiro. Por mais que fossem enxotados, não arredariam pé porque queriam ver o porco a ser areado com pedras. Teriam talvez brigado para ficar com a bexiga do porco, tranformada numa autêntica bola para brincar.
O domingo foi reservado para picar e salgar o porco, mas num recipiente em plástico. Já não se usa a velha cartola de cimento. Noutros tempos, teriam sido reservados bocados de carne para oferecer a familiares e amigos.
No dia seguinte entrei na cozinha e vi em cima da mesa uma série de frascos cheios de banha e uma grande taça de torresmos. Mas o melhor mesmo foi quando a minha mãe me disse que ia fazer arroz com o coração, o bofe e o barreto do porco. O meu arroz preferido.
Antigamente as pessoas aproveitavam as tripas do porco, que tinham a maçada de ir lavar e pelar na ribeira mais próxima, e coziam com arroz. A minha mãe apenas deita o coração o bofe e o barreto (estômago). Que maravilha de arroz: "Arroz de tripas sem tripas", na definição da minha mãe. Enquanto almoçamos, recorda que a minha minha avó também retirava banha das tripas. Toda a banha tinha de ser aproveitada, não havia outra coisa para temperar a comida. Quando acabava a banha do porco da Festa, era preciso ir comprar banha à venda para deitar na massa ou no milho.
Já está separada a carne para fazer de vinho e alhos no dia de Festa. Agora sim, lembra-me a Festa. Não são os pinheiros artificiais, em as decorações, nem os presépios que se começam a vender cada vez mais cedo, este ano já em Setembro, que me trazem a festa. A minha Festa começa com estes rituais sem tempo.
Há muitos anos teriam vindo mais visitas; com certeza não se limitariam aos cinco homens que este ano mataram e arranjaram o porco. Teria havido crianças a brincar pelo terreiro e a atrapalhar o trabalho dos homens, tapando os ouvidos e escondendo-se dentro de casa para não ouvirem os guinchos de aflição do porco, mas depois presenciando tudo com curiosidade e com a alegria de uma autêntica festa. Não se afastariam do local, atentos ao chamuscar do porco com fagulhas de pinheiro. Por mais que fossem enxotados, não arredariam pé porque queriam ver o porco a ser areado com pedras. Teriam talvez brigado para ficar com a bexiga do porco, tranformada numa autêntica bola para brincar.
O domingo foi reservado para picar e salgar o porco, mas num recipiente em plástico. Já não se usa a velha cartola de cimento. Noutros tempos, teriam sido reservados bocados de carne para oferecer a familiares e amigos.
No dia seguinte entrei na cozinha e vi em cima da mesa uma série de frascos cheios de banha e uma grande taça de torresmos. Mas o melhor mesmo foi quando a minha mãe me disse que ia fazer arroz com o coração, o bofe e o barreto do porco. O meu arroz preferido.
Antigamente as pessoas aproveitavam as tripas do porco, que tinham a maçada de ir lavar e pelar na ribeira mais próxima, e coziam com arroz. A minha mãe apenas deita o coração o bofe e o barreto (estômago). Que maravilha de arroz: "Arroz de tripas sem tripas", na definição da minha mãe. Enquanto almoçamos, recorda que a minha minha avó também retirava banha das tripas. Toda a banha tinha de ser aproveitada, não havia outra coisa para temperar a comida. Quando acabava a banha do porco da Festa, era preciso ir comprar banha à venda para deitar na massa ou no milho.
Já está separada a carne para fazer de vinho e alhos no dia de Festa. Agora sim, lembra-me a Festa. Não são os pinheiros artificiais, em as decorações, nem os presépios que se começam a vender cada vez mais cedo, este ano já em Setembro, que me trazem a festa. A minha Festa começa com estes rituais sem tempo.
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Experimentar
Para "experimentar", a ver se uma pessoa tem olhado ou inveja, deita-se água num pires e reza-se sobre ele o Creio-em-Deus-Pai em cruz com uma cruz de alecrim ou umas contas (terço).
Depois basta deitar na água dois pingos de azeite e observar bem. "Se os pingos de azeite unirem, está bom. Se não, está mau." Tenho registada esta forma, mas não é a única.
Lembro-me de me terem exemplificado deitando apenas um pindo de azeite. Se este ficasse intacto na água, estava bom, a pessoa não tinha olhado. Se o azeite desaparecesse rapidamente, espalhando-se na água, a pessoa estava com um camadão e precisava ser curada as vezes que fossem necessárias.
Tenho ainda registada outra forma de interpretar o comportamento do azeite, esta a que acho mais engraçad: "Se ficar espelhento, está bom. Se ficar fangueiro, está mau." Tenho escrito tal e qual, em apontamentos com mais de quinze anos, e desta vez com o nome do informante: José Isidro da Silva Nóbrega.
Depois basta deitar na água dois pingos de azeite e observar bem. "Se os pingos de azeite unirem, está bom. Se não, está mau." Tenho registada esta forma, mas não é a única.
Lembro-me de me terem exemplificado deitando apenas um pindo de azeite. Se este ficasse intacto na água, estava bom, a pessoa não tinha olhado. Se o azeite desaparecesse rapidamente, espalhando-se na água, a pessoa estava com um camadão e precisava ser curada as vezes que fossem necessárias.
Tenho ainda registada outra forma de interpretar o comportamento do azeite, esta a que acho mais engraçad: "Se ficar espelhento, está bom. Se ficar fangueiro, está mau." Tenho escrito tal e qual, em apontamentos com mais de quinze anos, e desta vez com o nome do informante: José Isidro da Silva Nóbrega.