segunda-feira, setembro 27, 2010

pragas e prissões

Não acompanhei o início da conversa, mas a certa altura apercebi-me de que as duas mulheres falavam sobre pragas.
- "Minha mãe sempre dizia que pragas são como prissões". As coisas que a minha avó sabia!
- "Ora porquê? As prissões saem de um lugar, dão a volta e vão ter outra vez ao mesmo lugar." Imagino a procissão da padroeira, ao ritmo do hino da banda, mas logo me concentro no resto da explicação: - "Quem roga pragas, elas acabam por vir ter com a pessoa, como as prissões."
Na minha terra as pessoas mais antigas ainda dizem "prissão" em vez de procissão, penso que por uma questão de economia.
Nunca tinha ouvido este dito que compara as pragas às procissões, mas se a minha querida avó que Deus a tenha o dizia é porque deve ser verdade. A comprová-lo existem vários provérbios talvez mais modernos como "quem faz mal ao seu vizinho, o seu já vai pelo caminho" e aquele outro bem mais utilizado de "virar-se o feitiço contra o feiticeiro."

quinta-feira, setembro 02, 2010

fazer ramelas

Desde criança que ouço a expressão" fazer ramelas" como sinónimo de causar inveja. " - Está te fazendo ramelas?" era a forma corrente de perguntar: "- Estás invejoso?"
Não sei o que é que as ramelas têm a ver com a inveja, talvez o ponto de ligação seja o olhar, tal como na crença popular do "dar olhado"que é afinal uma forma de invejar, tão forte que acaba por causar mal à outra pessoa.
"Fazer ramelas" é uma inveja bem mais inocente e que até pode ser levada na brincadeira, pelo menos é essa a impressão que me ficou de todas as vezes que ouvi a expressão.
Às vezes digo quem me dera isto, quem me dera aquilo, gostava disto e daquilo, queria a, b, ou c. Mas pensando bem há bem poucas coisas que me façam ramelas. Talvez nenhuma. O ter faz na verdade pouco diferença; o SER é que faz a diferença toda.

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