domingo, janeiro 30, 2011

alpardinha


Alpardinha é o meu momento preferido do dia. Alpardinha é o momento entre a tarde e o anoitecer em que todas as coisas adquirem uma cor misteriosa e um sossego sem nome. Há um silêncio que parece de espanto. Um silêncio que nos prepara para o descanso da noite mas que nos dá tempo para olharmos para trás e nos despedirmos de um dia que pode ter sido alegre, que pode ter sido triste, que pode ter sido tudo, que pode ter sido nada.
Tenho saudades de percorrer os caminhos da minha terra quando está alpardinha e se ouve aqui um barulho de água correndo numa levada, ali uma porta que se fecha, além um cão ladrando ao dono que chega a casa. Tenho saudades dos momentos entre a tarde e o anoitecer em que todas as coisas adquirem uma cor e um silencioso misteriosos.
Sempre associei alpardinha ao fim da tarde. Mas o meu pai também diz que está alpardinha quando o dia ainda se espreguiça. É alpardinha também esse momento de uma estranha cor, em que o sol ainda não saiu e a noite, preguiçosa, demora em retirar-se. Por uma questão de horários de trabalho, esta é agora a única alpardinha que posso apreciar. Olhá-la-ei com mais atenção. Apesar das saudades da verdadeira alpardinha. As saudades por vezes não nos deixam ver.

sábado, janeiro 01, 2011

Um povice

Gente, gente e mais gente. Na noite de São Silvestre todos os lugares pareciam ter gente a mais. Antes do fogo, durante o fogo, e depois do fogo. A caminho dos melhores locais para presenciar o espectáculo, nos restaurantes da cidade, nas ruas, nos locais com melhor visibilidade e depois, nas inúmeras festas para assinalar a passagem de ano.
Lembrei-me da palavra "povice", antigamente muito utilizada para referir aglomerados de pessoas para além do normal.
- Estava um povice!
Se estava! Mas valeu a pena.
Bom ano.

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