sexta-feira, outubro 07, 2011

cravos e rosas

O meu amor é um cravo
Foi o qu'o craveiro deu
Toda a gente tem inveja
Daquele cravo ser meu

Eu sou cravo, tu és rosa
Qual de nós se estima mais
Os cravos andam pelas janelas
E as rosas pelos quintais

Rosa que 'tás na roseira
deixa-te 'tar fechadinha
qu'eu vou lá fora e venho
Rosa tu vais seres minha

Não quero amor alto
Que não me caiba na porta
Quero um amor rasteirinho
Com'um craveiro na horta

Menina por ser bonita
não julgue que mais merece
quanto mais bonita é a rosa
mais depressa desvanece

Minha avó chama-se rosa
minha mãe Rosa Maria
Eu também me chamo Rosa
Minha mãe c'a rosaria

Daqui até à minha terra
é tudo caminho chão
é tudo cravos e rosas
plantados por minha mão

Muitas quadras populares, como estas que recolhi no Sítio da Ribeira dos Pretetes (Caniço) em 1986, mencionam estas duas flores tão comuns: cravos e rosas.
Normalmente, o povo utiliza a imagem do cravo para se referir aos rapazes e a da rosa para se referir às raparigas. Cravos e rosas nos jardins. Rapazes e raparigas nas eiras, nos adros das igrejas, nos bailaricos, nos afazeres diários, à distância exigida pelas convenções da época, mas nunca separados.

Comments:
Minha avo' chama-se rosa
Minha mae Rosa Maria
Eu tambem me chamo Rosa
Minha mae c'a rosaria...

Quando crianca, nas festas de Sao Joao, eu ouvia a versao brasileira desse singelo verso:

O meu pai se chama porco,
Minha mae porca-maria,
Eu tambem me chamo porco,
Veja so' que porcaria...

Eu nao sei se o Brasil engrandece ou envergonha a lingua de Camoes...

He, he, he....

Ricardo Grillo
chicago2paris@gmail.com
 
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