domingo, dezembro 13, 2009

desabandonados

-"Olhe, os velhinhos ficavam pr'aqui todos desabandonados." A senhora comentava o papel dos centros de dia na vida dos idosos da Calheta, o concelho mais extenso da Madeira e um dos mais envelhecidos. Se não existissem esses centros, na opinião da senhora , os velhinhos ficavam desabandonados. E ficarem "desabandonados" é algo bem mais grave do que ficarem simplesmente abandonados. Esta transformação do adjectivo "abandonado" em "desabandonado" serve para lhe dar mais ênfase, para lhe amplicar o sentido, para o dramatizar. Neste caso, o "des" não torna o adjectivo no seu oposto, mas no seu extremo. Não há dúvidas de que o "desabandono" é um drama. O "desabandono" é uma coisa horrível. O "desabandono" mata as pessoas lentamente. Como se sentirão os "desabandonados" com o aproximar do Natal? Quantos prefixos teríamos de acrescentar à palavra para lhe encontrar o tamanho certo?

Comments:
Olá, sou uma leitora silenciosa, mas hoje vou comentar.
Ao ver esta palavra lembrei-me da minha mãe, que também a utiliza. Uma das muitas palavras madeirenses que nos caracterizam.
E gostei também do post dos Pedros, realmente não conheço um que seja atinadinho e bem comportado.lol.

Mas mudando de assunto, posso contar contigo nesta iniciativa?

http://broas-de-mel.blogspot.com/2009/12/entao-e-assim.html

bjocas
 
Querida Lilia.
Há muito tempo que não passo por este canto da blogosfera, Não popr esquecimento ou questiúncula mas, sim por desleixo.
Esta dos "desambadonados" , é o que actualmente se vê mais. Todos nós sabemos que nos tempos que correm há cada vez maispessoas nessas condições. Quantos de nós podiam ter os pais, mesmo muito velhinhos e doentes em casa? Tornou-se um mundo cão. Agora são velhos ou morrem sozinhos em casa ou aqueles que ainda usufruem alguma compensação são largados nos depósitos de velhos.Como Felizmente ainda me posso mexer, em especial nesta quadra de Natal, vou até lares de idosos e, vejo que muitos nem os parentes mais chegados os vão visitar. Conheço pessoas que estando sós cheias de saúde, nem no Natal vão ver os seus . Quantas vezes os vejo com lágrimas nos olhos e, não me querem deixar a mão? Adeus Mundo Cruel. Aproveito para desejar um Bom e Feliz Natal na companhia dos seus ente queridos.
 
Olá Lília!
É verdade, se a palavra "abandonado" é triste "desabandonado" é bem mais.
É de partir o coração! E há tanta gente assim...
 
Pois... Mas também há quem "destroque" o dinheiro, quando lhes bastaria "trocá-lo".

Partilho contigo um "desabandono" que captei. Por acaso não em Lisboa, onde resido, mas no Porto, que é também uma cidade que adoro:

http://reflexo-e-reflexao.blogspot.com/2007/06/solido.html
 
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