segunda-feira, outubro 26, 2009
um pirolito
O homem apontou para a montra dos bolos e pediu: "- Um cone, se faz favor". Olhei para esse local da montra e vi um pirolito. Um pirolito igual aos que eu comia aos sábados à tarde. Todos os sábados da minha infância tinham esse pequeno prazer reservado para a tarde. Juntamente com as compras semanais feitas na venda do Bilho, vinha sempre um saco de papel com três pirolitos, um para cada uma de nós.
O sábado era o dia das limpezas em casa e era também o dia dos pirolitos. Depois de um dia em que não parávamos, porque nesse tempo as crianças ajudavam em tudo desde bem pequenas, aquele bolo oco, cheio de creme, fazia-nos acreditar que todos os esforços na vida tinham direito a recompensa e que era possível viver nesse equilíbrio perfeito entre dificuldades grandes e alegrias maiores.
- "Um cone, se faz favor". O homem repetiu o pedido porque com tanto barulho a empregada não tinha ouvido bem. Eu segui-lhe os gestos, enquanto ela retirou o bolo da montra e o colocou num prato.
- "Isso é um pirolito, não é um cone." Só pensei, não disse. E se eu comesse um? Nem pensar. Há sabores que são únicos porque faziam parte de uma história. Quando os tentamos recuperar, desaparecem para sempre. Por isso, talvez eu ceda a provar todos os bolos daquela montra, ninguém sabe para o que lhe dá, mas os pirolitos não. Pirolitos, só os dos sábados da minha infância.
O sábado era o dia das limpezas em casa e era também o dia dos pirolitos. Depois de um dia em que não parávamos, porque nesse tempo as crianças ajudavam em tudo desde bem pequenas, aquele bolo oco, cheio de creme, fazia-nos acreditar que todos os esforços na vida tinham direito a recompensa e que era possível viver nesse equilíbrio perfeito entre dificuldades grandes e alegrias maiores.
- "Um cone, se faz favor". O homem repetiu o pedido porque com tanto barulho a empregada não tinha ouvido bem. Eu segui-lhe os gestos, enquanto ela retirou o bolo da montra e o colocou num prato.
- "Isso é um pirolito, não é um cone." Só pensei, não disse. E se eu comesse um? Nem pensar. Há sabores que são únicos porque faziam parte de uma história. Quando os tentamos recuperar, desaparecem para sempre. Por isso, talvez eu ceda a provar todos os bolos daquela montra, ninguém sabe para o que lhe dá, mas os pirolitos não. Pirolitos, só os dos sábados da minha infância.
Comments:
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Olá Lília!
Tenho andado atarefada e absorta com a minha vidinha por isso há algum tempo que não vinha aqui às tuas historinhas.
Gostei do «pirolito» escrito,porque o de massa folhada com creme é o pior bolo do mundo, para mim.
Exagero, mas a sério que detesto.
Na minha era não havia bolos por aí.
Mas no verão as minhas vizinhas e a minha tia e mesmo minha mãe estavam atentas à estrada,esperando ver um homem que empurrando um carrinho, vendia «esquimós»! Oh delícia celeste!Devia eu andar nos meus 4 anos,quando saboreei um gelado pela primeira vez.Alguém ia à estrada com as tacinhas aonde o vendedor lá deitava os esquimós. Descia e nós regalávamo-nos com a raridade gastronómica,até um dia...em que alguém começou a gritar e a cuspir. Encontrara no meio da massa gelada um pêlo ruivo encaracolado!!!O homem era ruivo.
Nos meus 4 anos não percebi tamanhos engulhos e gargalhadas. Sei que só voltei a comer gelado anos mais tarde, sabe-se lá feito com que higiene.Mas o que não mata, engorda e a ASAE não era nascida nem sequer a avó dela.
Abraços amiga
Tenho andado atarefada e absorta com a minha vidinha por isso há algum tempo que não vinha aqui às tuas historinhas.
Gostei do «pirolito» escrito,porque o de massa folhada com creme é o pior bolo do mundo, para mim.
Exagero, mas a sério que detesto.
Na minha era não havia bolos por aí.
Mas no verão as minhas vizinhas e a minha tia e mesmo minha mãe estavam atentas à estrada,esperando ver um homem que empurrando um carrinho, vendia «esquimós»! Oh delícia celeste!Devia eu andar nos meus 4 anos,quando saboreei um gelado pela primeira vez.Alguém ia à estrada com as tacinhas aonde o vendedor lá deitava os esquimós. Descia e nós regalávamo-nos com a raridade gastronómica,até um dia...em que alguém começou a gritar e a cuspir. Encontrara no meio da massa gelada um pêlo ruivo encaracolado!!!O homem era ruivo.
Nos meus 4 anos não percebi tamanhos engulhos e gargalhadas. Sei que só voltei a comer gelado anos mais tarde, sabe-se lá feito com que higiene.Mas o que não mata, engorda e a ASAE não era nascida nem sequer a avó dela.
Abraços amiga
# posted by 
: 11:11 PM
: 11:11 PM
Estou fazendo uma Campanha de Natal para arrecadar doações pra ajudar o Natal das crianças necessitadas da minha comunidade carente aqui no Rio de Janeiro. Doe qualquer quantia, as doações serão destinadas para compra de cestas básicas(alimentos)- roupas-calçados e brinquedos. São crianças que não tem nada no Natal ,ajude com qualquer donativo,DEUs multiplicará em crianças felizes e voce verá com doar faz bem a Alma e ao coração,se cada um de nós fizer-mos a nossa parte o mundo será muito melhor. Para doar é facíl é só depositar qualquer quantia no Banco do Brasil agencia 3082-1 conta 9.799-3 .DEUS abençõe a todos nós.
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