domingo, fevereiro 08, 2009
a peneira na cabeça
"- Não ponhas a peneira na cabeça que não cresces mais". Todas as crianças do meu tempo e dos tempos antes do meu ouviram este aviso sério, envolvendo um objecto então de uso quotidiano. Em todas as casas havia pelo menos uma peneira, usada sobretudo para peneirar o milho, antes de o cozer, separando a parte mais fina do farelo.
As crianças tinham tendência a brincar com a peneira, tal como com todos os outros objectos da cozinha, tachos e panelas e sei lá que mais, afinal não havia brinquedos, os brinquedos eram preciosidades raras acessíveis apenas às famílias de mais posses.
Ora, penso que para evitar que as crianças colocassem sobre a cabeça a peneira, que dava jeito fingir ser um chapéu, se terá inventado a superstição de que o fazer resultava em não crescer a partir desse momento. E quem queria não crescer, ficar pêco? O aviso resultava em cheio e as peneira ficava higienicamente a salvo das cabeças da pequenada.
As crianças tinham tendência a brincar com a peneira, tal como com todos os outros objectos da cozinha, tachos e panelas e sei lá que mais, afinal não havia brinquedos, os brinquedos eram preciosidades raras acessíveis apenas às famílias de mais posses.
Ora, penso que para evitar que as crianças colocassem sobre a cabeça a peneira, que dava jeito fingir ser um chapéu, se terá inventado a superstição de que o fazer resultava em não crescer a partir desse momento. E quem queria não crescer, ficar pêco? O aviso resultava em cheio e as peneira ficava higienicamente a salvo das cabeças da pequenada.