sexta-feira, janeiro 23, 2009

Proteger o chiqueiro

O porco azougou, o que é que se há-de fazer? Ainda estava para criar, mas custou caro, foi uma perca. O dono do porco lamenta-se, mas vai dizendo que não foi o primeiro, são coisas que acontecem.
Conversa puxa conversa e fico a saber que o chiqueiro não estava protegido com os objectos que antigamente eram obrigatórios para salvaguardar a saúde e a vida dos animais.
Não havia chiqueiro que não ostentasse os símbolos considerados eficazes para afastar o ar mau, o tal cuja passagem é assinalada durante a noite pelo uivar dos cães.
Para evitar que o ar mau impacesse com os porcos e estes azougassem, os antigos colocavam no chiqueiro uma cruz de alecrim, uma ferradura, um par de cornos. E também uma garrafa virada ao contrário, enfiada num pau. Lembro-me muito bem de ver estes objectos mágicos nos chiqueiros.
Mas o dono do porco que acaba de azougar não é supersticioso e ri-se desses antigos costumes, dessas baboseiradas. Não acredito que as cumpra quando puder voltar a comprar um porquinho para criar para a Festa. Aceita a Natureza como ela é, ora dádiva, ora desgraça, e segue poio abaixo, de enxada às costas e botas de água, para cavar as semilhas.

Comments:
Olá amiga!
A propósito de poio, sabes que no norte da ilha em vez de poios dizem cercas...interessante.
Uma colega falava-me nas semilhas da cerca de cima, na erva da cerca de baixo, etc. Eu, a princípio, não percebia o que era, imaginava que o terreno fosse redondinho em jeito de eira... mas um dia lá perguntei. Quando ela me explica que era rectangular ...um poio como os nossos!
Há dias em conversa com outra, do norte também, acerca de plantas, dizia ela "cercume" é com meu marido!Achei tanta piada.
 
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