terça-feira, janeiro 13, 2009
meter ao cote
Noutros tempos, seriam roupas para "meter ao cote". E agora?
Se não estão em boas condições para sair, acho que também não estão em boas condições para dar. Deitar no lixo, nem pensar. O ideal, mesmo, era fazer como antes e meter ao cote. Meter ao cote era meter a andar em casa e era isso que toda a gente fazia com a roupa que ia ficando mais usada.
Hoje em dia ninguém tem tempo para estar em casa, que sentido faz meter as roupas ao cote? Em que tempo se andaria com elas?
Os tempos estavam todos tão bem diferenciados no tempo em que era possível meter roupas ao cote. Havia as idas à missa, havia as idas à cidade, havia as idas a casa de alguém conhecido, havia as idas à mercearia, havia o tempo para fazer as tarefas domésticas, para ir apanhar erva aos animais, para tratar do jardim, e para trabalhar. Tudo tão bem diferenciado, que as roupas se podiam colocar numa escala. As melhores para ir à missa e à cidade, as assim-assim para ir dar uma volta e as mais gastas para "andar em casa", para o cote.
Agora está praticamente tudo dentro do mesmo saco. Os momentos praticamente dentro de um só. E assim sendo, não é apenas uma expressão que se está a perder. Quando também o tempo se globaliza perdem-se todos os tempos mais pequenos de que era feito o tempo.
Deixando de lado as filosofias, que hei-de fazer com aquilo que já não é possível meter ao cote, afinal?
Se não estão em boas condições para sair, acho que também não estão em boas condições para dar. Deitar no lixo, nem pensar. O ideal, mesmo, era fazer como antes e meter ao cote. Meter ao cote era meter a andar em casa e era isso que toda a gente fazia com a roupa que ia ficando mais usada.
Hoje em dia ninguém tem tempo para estar em casa, que sentido faz meter as roupas ao cote? Em que tempo se andaria com elas?
Os tempos estavam todos tão bem diferenciados no tempo em que era possível meter roupas ao cote. Havia as idas à missa, havia as idas à cidade, havia as idas a casa de alguém conhecido, havia as idas à mercearia, havia o tempo para fazer as tarefas domésticas, para ir apanhar erva aos animais, para tratar do jardim, e para trabalhar. Tudo tão bem diferenciado, que as roupas se podiam colocar numa escala. As melhores para ir à missa e à cidade, as assim-assim para ir dar uma volta e as mais gastas para "andar em casa", para o cote.
Agora está praticamente tudo dentro do mesmo saco. Os momentos praticamente dentro de um só. E assim sendo, não é apenas uma expressão que se está a perder. Quando também o tempo se globaliza perdem-se todos os tempos mais pequenos de que era feito o tempo.
Deixando de lado as filosofias, que hei-de fazer com aquilo que já não é possível meter ao cote, afinal?
Comments:
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Também eu desconhecia essa frase:) Ao ler este texto, apercebi-me de outra realidade, com a qual concordo plenamente: já ninguém tem tempo para ficar em casa. A roupa de "andar em casa" quase que é menos usada do que a de sair...
Ola dei me por estar a pesquisar na net e encontrei este teu cantinho, que tanto me fez dar saudades da nossa terra que e a Madeira, tas de parabens por este blog, de certeza que agora vou te acompanhar sempre :)
Neste teu post, dei-me por por mim a sorrir, pois eu quando era pequenina tambem tinha a roupa do cote! Era a roupa de andar em casa, akela que podia sujar, sem a minha mae me ralhar, hehehe
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Neste teu post, dei-me por por mim a sorrir, pois eu quando era pequenina tambem tinha a roupa do cote! Era a roupa de andar em casa, akela que podia sujar, sem a minha mae me ralhar, hehehe
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