sexta-feira, maio 23, 2008
O jogo do porco
As crianças de agora não conhecem o jogo do porco e não é de admirar. No tempo em que eu jogava a esse jogo, quase toda a gente tinha junto à casa um chiqueiro com um porco, que ao longo do ano ia sendo alimentado com beberagem e folhas de couve.
Toda a gente criava um porquinho para a festa e a família toda ganhava uma grande familiaridade com o animal. As crianças, por exemplo, visitavam-no inúmeras vezes ao dia. Às vezes o porco fugia e era preciso os homens irem atrás dele, para o trazer de volta, lembro-me muito bem de o nosso porco se soltar e a minha mãe ir a correr chamar o meu pai para o levar de volta para o chiqueiro.
O jogo é muito simples: as crianças dão as mãos, fingindo que a roda é o chiqueiro, e o porco a criança que ficou dentro da roda. As mãos têm de ser muito bem agarradas, porque o porco tenta fugir do chiqueiro, fazendo força nas mãos das outras crianças. Fazíamos tanta força que às vezes literalmente nos pendurávamos nas mãos-dadas. Tentávamos separá-las a todo o custo, enquanto as crianças da roda apertavam mais e mais.
Quando finalmente o porco conseguia abrir uma porta, desatava a correr, fugindo, com as outras crianças todas no encalço. Acabam por conseguir apanhá-lo, sempre. A criança que o conseguisse tinha então o privilégio de passar para dentro da roda, para o lugar do porco.
Toda a gente criava um porquinho para a festa e a família toda ganhava uma grande familiaridade com o animal. As crianças, por exemplo, visitavam-no inúmeras vezes ao dia. Às vezes o porco fugia e era preciso os homens irem atrás dele, para o trazer de volta, lembro-me muito bem de o nosso porco se soltar e a minha mãe ir a correr chamar o meu pai para o levar de volta para o chiqueiro.
O jogo é muito simples: as crianças dão as mãos, fingindo que a roda é o chiqueiro, e o porco a criança que ficou dentro da roda. As mãos têm de ser muito bem agarradas, porque o porco tenta fugir do chiqueiro, fazendo força nas mãos das outras crianças. Fazíamos tanta força que às vezes literalmente nos pendurávamos nas mãos-dadas. Tentávamos separá-las a todo o custo, enquanto as crianças da roda apertavam mais e mais.
Quando finalmente o porco conseguia abrir uma porta, desatava a correr, fugindo, com as outras crianças todas no encalço. Acabam por conseguir apanhá-lo, sempre. A criança que o conseguisse tinha então o privilégio de passar para dentro da roda, para o lugar do porco.
Comments:
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Olá Lília!
Nunca brinquei a isso.
Mas "reis e rainhas" era tão bom! Mesmo que os reis não fossem rapazes... E à macaca ? Cheguei a fazer macacas no soalho do meu quarto a giz.
Mas bom mesmo era andar dentro de um poio de trigo, que fazia ondas ao vento, ou saltar para cima da palha dele,depois de debulhado! Os ralhos ouvidos eram muitos mas valia a pena de tão bom...
Um beijo amiga
miss
Nunca brinquei a isso.
Mas "reis e rainhas" era tão bom! Mesmo que os reis não fossem rapazes... E à macaca ? Cheguei a fazer macacas no soalho do meu quarto a giz.
Mas bom mesmo era andar dentro de um poio de trigo, que fazia ondas ao vento, ou saltar para cima da palha dele,depois de debulhado! Os ralhos ouvidos eram muitos mas valia a pena de tão bom...
Um beijo amiga
miss
# posted by 
: 5:27 PM
: 5:27 PM
Que saudade de tudo!
"O! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infâncica querida
Que os anos não trazem mais!" (Casimiro de Abreu)
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"O! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infâncica querida
Que os anos não trazem mais!" (Casimiro de Abreu)
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