segunda-feira, janeiro 28, 2008

Raspou-se!

Uma senhora do Monte descrevia um furto à sua casa, explicando que chegou a ver o ladrão. Logo, porém, lamentava: "-Mas ele raspou-se!"
Não é caso para rir, bem pelo contrário, mas eu deixei escapar um sorriso porque não ouvia este verbo há muito tempo. "Raspou-se!" era antigamente utilizado como sinónimo de fugir, escapar. De tal forma se foi perdendo a expressão na linguagem mais moderna, que julguei tratar-se talvez de um regionalismo.
Estava enganada. O verbo "raspar-se" com este sentido está no dicionário de português e isto vem provar uma ideia que sempre me atormentou. O nosso vocabulário tem vindo a empobrecer, aos poucos vai se encurtando em vez de se alargar.
O ladrão que visitou a casa da pobre senhora, no Monte, raspou-se. Hoje sou eu que tenho vontade de me raspar, não faço ideia para onde, se alguém souber onde se apanha o autocarro para outro planeta que me avise, por favor.

Comments:
Lília, é mesmo preciso evadir-se para outro planeta?! E Paris?... Diz-me que faz bem a tudo e eu confirmo.
 
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