quarta-feira, novembro 14, 2007
Quem ao longe vai casar....
É o provérbio mais longo que conheço e diz exactamente assim: "Quem ao longe vai casar ao perto tendo com quem ou vai ficar enganado ou vai enganar alguém."
A conclusão resulta do senso comum, e de uma época em que as comunicações se faziam com dificuldade. Aquilo que existia era aquilo que se via. A realidade era o que estava à volta das pessoas.
Sendo assim, nada mais natural do que os casamentos acontecerem entre pessoas que se conheciam desde sempre. Muito raramente se realizava um casamento entre um rapaz e uma rapariga de freguesias diferentes. Normalmente, aliás, nem saíam dos limites do seu sítio.
E isso é claro que tinha as suas vantagens. Todos conheciam os vícios e as virtudes de todos. Sabia-se se a rapariga era sossegada ou levantada. Sabia-se se olhava para todos nos arraiais e, aos domingos, no adro da igreja.
Sabia-se se o rapaz era amigo de trabalhar ou se gastava tudo na bebida. Sabia-se se tinha mania de namoradeiro. Sabia-se se era ajuizado.
Sabia-se tudo e isso era mais de meio caminho andado para o relacionamento resultar.
Como saber se os de longe eram honestos ou vadios? Como saber se tinham casamento apalavrado na sua terra? Como saber se tinham algo de seu? Como saber se eram amigos de ir à missa? Perante tantas dificuldades, a solução estava bem à vista: namorar, noivar e casar com alguém de perto.
Na era da internet, do telemóvel, do automóvel e das low coast, já não se pode falar em dificuldades de comunicações. O que é raro, hoje em dia, é namorar com alguém do mesmo sítio, alguém que se conhece desde sempre. Talvez seja mais arriscado. Talvez. Mas no que a relacionamentos diz respeito, é tudo tão complexamente complexo que vai dar ao mesmo. Pode dar e pode não e às vezes o que parece mais certo é o que dá mais errado, ora aí está. Como diria a minha querida avolita: "É um acerto".
A conclusão resulta do senso comum, e de uma época em que as comunicações se faziam com dificuldade. Aquilo que existia era aquilo que se via. A realidade era o que estava à volta das pessoas.
Sendo assim, nada mais natural do que os casamentos acontecerem entre pessoas que se conheciam desde sempre. Muito raramente se realizava um casamento entre um rapaz e uma rapariga de freguesias diferentes. Normalmente, aliás, nem saíam dos limites do seu sítio.
E isso é claro que tinha as suas vantagens. Todos conheciam os vícios e as virtudes de todos. Sabia-se se a rapariga era sossegada ou levantada. Sabia-se se olhava para todos nos arraiais e, aos domingos, no adro da igreja.
Sabia-se se o rapaz era amigo de trabalhar ou se gastava tudo na bebida. Sabia-se se tinha mania de namoradeiro. Sabia-se se era ajuizado.
Sabia-se tudo e isso era mais de meio caminho andado para o relacionamento resultar.
Como saber se os de longe eram honestos ou vadios? Como saber se tinham casamento apalavrado na sua terra? Como saber se tinham algo de seu? Como saber se eram amigos de ir à missa? Perante tantas dificuldades, a solução estava bem à vista: namorar, noivar e casar com alguém de perto.
Na era da internet, do telemóvel, do automóvel e das low coast, já não se pode falar em dificuldades de comunicações. O que é raro, hoje em dia, é namorar com alguém do mesmo sítio, alguém que se conhece desde sempre. Talvez seja mais arriscado. Talvez. Mas no que a relacionamentos diz respeito, é tudo tão complexamente complexo que vai dar ao mesmo. Pode dar e pode não e às vezes o que parece mais certo é o que dá mais errado, ora aí está. Como diria a minha querida avolita: "É um acerto".
Comments:
<< Home
Muito interessante.
Já agora acrescento. Fulano ou beltrano foi pedir em casamento certa fulana. Acontece que a rapaziada sabia o dia e acompanhava por perto a saída de casa do pretendente a noivo. Se o pai da pretendida noiva aceitasse o pedido tudo bem, o noivo tinha uma despeza a fazer com a rapaziada. Caso contrário , isto é:- se o pai da noiva não concedesse a mão de sua filha, então a rapaziada espalhava palha desde a casa da pretendida até à casa do pretendente. Assim toda a gente sabia que ele não tinha sido aceite...levou palha. Coisas do antigamente que eu também assisti. Também havia o costume de um rapaz duma freguesia se namorasse uma rapariga de outra freguesia era capaz de levar um arraial de pancada.Belos tempos mas, só neste sentido.Não sou saudosista . Abraços João.
Postar um comentário
Já agora acrescento. Fulano ou beltrano foi pedir em casamento certa fulana. Acontece que a rapaziada sabia o dia e acompanhava por perto a saída de casa do pretendente a noivo. Se o pai da pretendida noiva aceitasse o pedido tudo bem, o noivo tinha uma despeza a fazer com a rapaziada. Caso contrário , isto é:- se o pai da noiva não concedesse a mão de sua filha, então a rapaziada espalhava palha desde a casa da pretendida até à casa do pretendente. Assim toda a gente sabia que ele não tinha sido aceite...levou palha. Coisas do antigamente que eu também assisti. Também havia o costume de um rapaz duma freguesia se namorasse uma rapariga de outra freguesia era capaz de levar um arraial de pancada.Belos tempos mas, só neste sentido.Não sou saudosista . Abraços João.
<< Home