domingo, agosto 26, 2007

Desadorada!

" - Ai, estou desadorada!" Antes que eu pudesse dizer fosse o que fosse, acrescentou: " - Como dizia a minha avó."
Mesmo que eu nunca tivesse ouvido o adjectivo "desadorada", teria percebido logo o seu significado. Bastaria reparar na expressão de desânimo, com o rosto fechado e os braços caídos em sinal de falta de energia e de pachorra.
Tínhamos pela frente um longo dia de trabalho, afinal eram nove da manhã, e aquela expressão deixou-me um pouco atarantada. Lembrei-me logo que ainda não tinha registado aqui a palavra "desadorada".
Preparava-me para perguntar o porquê daquela tão visível ausência de esperança quando alguém nos interrompeu com outro assunto e acabámos seguindo os caminhos que devíamos seguir sem mais conversa.
Este pequeno episódio aconteceu há cerca de três semanas e já por várias vezes o surpreendi na memória. A explicação é simples: lembro-me devido ao blog, devido à urgência de agarrar novas palavras para ir completando esta já extensa lista de palavras e histórias madeirenses.
Este é a explicação visível, óbvio, clara. A outra, talvez a verdadeira, é que, também eu, me tenho sentido desadorada. Como dizia a minha avó.

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