quinta-feira, maio 10, 2007
Muito mal injusto!
"É muito mal injusto!" Virei-me para identificar a autora desta expressão, ainda tão usada no falar madeirense, e a mulher decidiu incluir-me na conversa que estava a ter com a funcionária da caixa do mini-mercado, sobre o tema dos maus-tratos a crianças.
Já foi há algum tempo, antes do desaparecimento da menina inglesa de que se fala agora em todos os noticiários e jornais. Na altura havia outro caso qualquer que tinha passado na televisão, sei que também não era o da Esmeralda, mas não me lembro qual era.
"A crianças ninguém devia fazer mal nenhum" - continuava a senhora, que logo voltava a concluir: "É muito mal injusto." Ela olhava para mim, à espera da minha indignação, e eu concordei: "É verdade."
Mas porque isso só não chegava e as duas, a senhora da caixa do mini-mercado também, estavam à espera que eu acrescentasse mais qualquer coisa, eu falei das desgraças do mundo e lamentei que tanta coisa estivesse mal, sobretudo essa, sim senhora, as crianças deviam ser poupadas às maldades, sempre, é claro que sim, e ainda por cima as coisas só pioram, se a minha avó estivesse vivia diria que nos aproximamos do no fim do mundo.
Quis concluir com a expressão acertada para resumir toda a minha indignação, quis dizer também "É muito mal injusto", porque essa é sem dúvida a melhor expressão para manifestar indignação perante a injustiça, mas em vez disso despedi-me e fui embora, afinal já estava atrasada. Então Adeus, até à próxima. E na entoação da minha voz havia uma espécie de pedido de desculpa, que presumo não ter sido entendido e assim sendo não foi aceite.
Não tive coragem de dizer alto uma expressão que me soava mal ao ouvido, que não identifiquei como estando gramaticalmente correcta, quando muito uma figura de estilo, fiquei a pensar no nome e não me lembrei, uma expressão que me limitei a registar como curiosidade linguística, a juntar ao blog, sem sombra de dúvidas.
"É muito mal injusto." Não disse, mas senti, não é isso que fazemos tantas vezes?
Quem passar pelo mundo olhando atentamente para as coisas, não poderá parar de repetir, diariamente, quase de instante a instante: "É muito mal injusto". "É muito mal injusto". "É muito mal injusto".
Já foi há algum tempo, antes do desaparecimento da menina inglesa de que se fala agora em todos os noticiários e jornais. Na altura havia outro caso qualquer que tinha passado na televisão, sei que também não era o da Esmeralda, mas não me lembro qual era.
"A crianças ninguém devia fazer mal nenhum" - continuava a senhora, que logo voltava a concluir: "É muito mal injusto." Ela olhava para mim, à espera da minha indignação, e eu concordei: "É verdade."
Mas porque isso só não chegava e as duas, a senhora da caixa do mini-mercado também, estavam à espera que eu acrescentasse mais qualquer coisa, eu falei das desgraças do mundo e lamentei que tanta coisa estivesse mal, sobretudo essa, sim senhora, as crianças deviam ser poupadas às maldades, sempre, é claro que sim, e ainda por cima as coisas só pioram, se a minha avó estivesse vivia diria que nos aproximamos do no fim do mundo.
Quis concluir com a expressão acertada para resumir toda a minha indignação, quis dizer também "É muito mal injusto", porque essa é sem dúvida a melhor expressão para manifestar indignação perante a injustiça, mas em vez disso despedi-me e fui embora, afinal já estava atrasada. Então Adeus, até à próxima. E na entoação da minha voz havia uma espécie de pedido de desculpa, que presumo não ter sido entendido e assim sendo não foi aceite.
Não tive coragem de dizer alto uma expressão que me soava mal ao ouvido, que não identifiquei como estando gramaticalmente correcta, quando muito uma figura de estilo, fiquei a pensar no nome e não me lembrei, uma expressão que me limitei a registar como curiosidade linguística, a juntar ao blog, sem sombra de dúvidas.
"É muito mal injusto." Não disse, mas senti, não é isso que fazemos tantas vezes?
Quem passar pelo mundo olhando atentamente para as coisas, não poderá parar de repetir, diariamente, quase de instante a instante: "É muito mal injusto". "É muito mal injusto". "É muito mal injusto".
Comments:
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Olá Lilia! Foi com muito agrado que "descobri" este blog, no qual tenho me deliciado com algumas leituras interessantíssimas, sobretudo sobre a linguagem madeirense. Passará certamente a ser leitura obrigatório.
Já agora convido-a a espreitar o meu blog (um pouco diferente, mais generalista e absurdo):
www.cantinhodomundo.blogspot.com
Um abraço, e boas postagens!
Luis Miguel Rosa
Já agora convido-a a espreitar o meu blog (um pouco diferente, mais generalista e absurdo):
www.cantinhodomundo.blogspot.com
Um abraço, e boas postagens!
Luis Miguel Rosa
É curioso como nós arranjamos expressões para traduzir coisas de uma forma tão simples e objectiva. Pois, se é mal, ou mau, só pode, com toda a certeza, ser injuto. Gostei.
Ficcino
Ficcino
Lilia
Há muito tempo que leio o teu blogue. Embora não comente, estou atenta e quero te dar os parabéns.
Beijinhos
Há muito tempo que leio o teu blogue. Embora não comente, estou atenta e quero te dar os parabéns.
Beijinhos
este poste fez-me lembrar muita gente mas sobretudo o meu pai, que usava esta expressão para manifestar a sua indignação.
Parabéns pelo blogue!!!
Parabéns pelo blogue!!!
Ca estou eu outra vez a deixar uma deixa k na minha zona se diz: malempregado... quer dizer benfeito no sentido em que pessoa fez asneira e mereceu ser castigado ou entao no sentido como mal injusto, malempregado kem fez akilo a piquena.
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