segunda-feira, janeiro 08, 2007
Não está se pisando
Uma mulher pediu licença para se sentar na mesa do café onde eu estava entretida a ler o Jornal e a tomar um café. Acenei que sim com a cabeça e sorri. Ela sentou-se, bebericou o garoto claro e foi dizendo que estava bem bom e que, afinal, o que é que se havia de fazer ao dinheiro? Era melhorar aproveitar e tomar um cafezinho, do que deixa o dinheiro p'raí quando se morresse.
A mulher desconhecida, de cabelo cinzento e talvez uns sessenta e poucos anos, levou a chávena novamente à boca e perguntou: " - Também é solteira, quema eu?"
Ao princípio não percebi que a pergunta era para mim. Mas era. Não havia mais ninguém na mesa, e era o meu rosto que ela fixava, à espera que eu levantasse os olhos do artigo que estava a ler e lhe respondesse. Voltei a sorrir e fiz um aceno afirmativo. Aliás, penso que ela não esperaria outra coisa, provavelmente já me tinha visto por ali noutras ocasiões e sempre sozinha.
Então, ela esboçou um sorriso de satisfação, afinal o seu palpite não estava errado, e concluiu com uma pergunta: " - E está se pisando?" " - Não está se pisando, quema ê tamém nã tou me pisando".
Ontem, cruzei-me com a mesma senhora na ida para o mesmo café e cumprimentei-a como a uma velha conhecida. Sorri-lhe e ela também sorriu, numa espécie de cumplicidade. Não, não nos estamos pisando.
P.S. Este é o texto número trezentos deste blog. Uau, já merecíamos ir para o guiness também. lol
A mulher desconhecida, de cabelo cinzento e talvez uns sessenta e poucos anos, levou a chávena novamente à boca e perguntou: " - Também é solteira, quema eu?"
Ao princípio não percebi que a pergunta era para mim. Mas era. Não havia mais ninguém na mesa, e era o meu rosto que ela fixava, à espera que eu levantasse os olhos do artigo que estava a ler e lhe respondesse. Voltei a sorrir e fiz um aceno afirmativo. Aliás, penso que ela não esperaria outra coisa, provavelmente já me tinha visto por ali noutras ocasiões e sempre sozinha.
Então, ela esboçou um sorriso de satisfação, afinal o seu palpite não estava errado, e concluiu com uma pergunta: " - E está se pisando?" " - Não está se pisando, quema ê tamém nã tou me pisando".
Ontem, cruzei-me com a mesma senhora na ida para o mesmo café e cumprimentei-a como a uma velha conhecida. Sorri-lhe e ela também sorriu, numa espécie de cumplicidade. Não, não nos estamos pisando.
P.S. Este é o texto número trezentos deste blog. Uau, já merecíamos ir para o guiness também. lol