segunda-feira, janeiro 29, 2007

Amarrar o rabo ao diabo

Sempre tive tendência para as coisas me desaparecerem no momento em que mais preciso delas. A chave do carro, os óculos de sol, a agenda, um documento importante, o telemóvel, enfim...uma infinidade de objectos.
À medida que procuro os objectos misteriosamente desaparecidos, em todos os sítios possíveis e imaginários (o local mais extremo foi o balde do lixo), vou ficando cada vez mais irritada.
Há poucos dias, enquanto voltava a casa do avesso sem qualquer sucesso, lembrei-me de uma antiga receita para encontrar objectos perdidos.
Estava desesperada, porque isso acontece sempre que uma pessoa está cheia de pressa. Se não fosse o facto de não me lembrar com todo o pormenor desse velho costume, que ouvi relatado na boca dos antigos quando era criança, sem nunca ter experimentado, talvez o tivesse feito.
Antigamente, quando desaparecia uma coisa qualquer, as pessoas deduziam logo que era o diabo que andava "atentando" e então para acabar com a cena, "amarravam o rabo ao diabo". Era muito simples: amarravam uma linha com várias voltas, num dos dedos da mão, ignoro se havia um dedo obrigatório ou se tinha de ser na mão direita ou na esquerda.
Lembro-me de ouvir contar esta estratégia e de garantirem que resultava. O diabo ficaria preso, e acabava desistindo desse jogo estúpido de fazer desaparecer coisas, só para aborrecer as pessoas. A linha, segundo me parece, só era desatada do dedo depois de o objecto ter aparecido.

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