sábado, setembro 16, 2006

À janela


No mesmo caderno amarelado de que falei, descubro inúmeras quadras, ou versos como diria a minha avó. Alguns são do brinco (fixados dos brincos que se faziam na festa, ou dos que se faziam na ida aos grandes arraiais da ilha), outros da erva ou do trigo, outros da Romagem do Triguinho ou de outras romagens, alguns do xaramba...
Foram registados tal como a memória da minha avó, da minha mãe e dos meus tios os foi desencantando. São muitos e no velho caderno não respeitam qualquer tipo de organização.
O primeiro que leio fala numa janela (e eu gosto tanto de janelas!) e por isso decidi juntar neste post outros "versos" que se refiram a esse elemento, bem como a varandas. As primeiras quatro quadras foram recolhidas junto de Maria de Jesus Ornelas e a última de Justina Fernandes.




Tenho na minha janela
O que tu não tens na tua
Um ramo de violetas
Que dá cheiro em toda a rua

Rua abaixo, rua acima
Mariquinhas na janela
Comendo sopinhas d'alho
Afogada seja ela
(24/03/1986)

Quem me dera 'tar agora
Onde o meu sentido anda
Pelas portas do céu dentro
Por cima de uma varanda
(29/03/2006)

Menina que 'tá à janela
Lindo cabelo rifado
Não sei a menina
Como não se tem casado
(sem data)

Eu ia por aqui abaixo
Escorreguei num poça
Dei um salto a uma janela
Dei um beijo numa moça
(sem data)

Comments:
Passei por aqui e deixo-te um Bom Fim de Semana.
 
Olá, bom dia! Conheço o quarto verso, tenho gravado, faz parte de uma canção que começa exactamente dessa maneira

Menina que estás na janela
De seu cabelo rifado
Diga lá minha menina
Porque não se tem casado?

Recolhi-o cá na Camacha, a informante era um fonte inesgotável de informações a D. Helena Oliveira, há muito tempo que não a lia nem ouvia.
Camacheiro
 
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