terça-feira, maio 16, 2006
Arranjar peixe
Era uma das muitas brincadeiras com que as crianças se entretinham no tempo em que eu também era criança. As plantas eram os nossos brinquedos. De uma delas, retirando pequenos grãos avermelhados, fazíamos colorau, de outra retirávamos bagos a que chamávamos arroz, com as folhas dos castanheiros fazíamos vestidos inteiros, pregando as folhas umas nas outras com faúlhas de pinheiro, com as folhas redondas da carapuceira fazíamos chapéus.
Esta planta da fotografia, de que não sei o nome exacto, é uma espécie de ensaião com folhas carnudas muito verdes, de forma triangular, que dá uma bonita flor amarela, era o nosso peixe. Retirávamos uma folha, abriamos um pouco num lado, como víamos a minha ma~e fazer junto á cabeça dos chicharros e das cavalas, e procurávamos um fio que atravessaa a folha até cá abaixo. Depois de lhe encontrar a ponta, era só puxá-lo, com o mesmo cuidado com que víamos a minha mãe retirar desses peixes o debulho.
Arranjávamos peixe aos montes, como se estas folhas fossem chicharros ou cavalas de verdade. Lembro-me de os irmos colocando dentro de um qualquer recipiente, com as barrigas abertas e sem debulho. Que maravilha poder brincar assim, imaginando o que não era. Nenhum brinquedo sofisticado de hoje em dia, tão perfeito que até engana, pode causar a alegria que nos causava aquela função de arranjar o peixe, imitando os gestos dos adultos, com os recursos que a Natureza nos colocava à disposição.
Não tinhamos televisão. Nao tinhamos sequer luz eléctrica. Não tínhamos computador, nem leitor de CDs, nem livros, nem barbies, nem nada do que as crianças de hoje têm aos montes. Mas eu tenho a certeza que ser criança, nesse tempo, era bem mais interessante.
Esta planta da fotografia, de que não sei o nome exacto, é uma espécie de ensaião com folhas carnudas muito verdes, de forma triangular, que dá uma bonita flor amarela, era o nosso peixe. Retirávamos uma folha, abriamos um pouco num lado, como víamos a minha ma~e fazer junto á cabeça dos chicharros e das cavalas, e procurávamos um fio que atravessaa a folha até cá abaixo. Depois de lhe encontrar a ponta, era só puxá-lo, com o mesmo cuidado com que víamos a minha mãe retirar desses peixes o debulho.
Arranjávamos peixe aos montes, como se estas folhas fossem chicharros ou cavalas de verdade. Lembro-me de os irmos colocando dentro de um qualquer recipiente, com as barrigas abertas e sem debulho. Que maravilha poder brincar assim, imaginando o que não era. Nenhum brinquedo sofisticado de hoje em dia, tão perfeito que até engana, pode causar a alegria que nos causava aquela função de arranjar o peixe, imitando os gestos dos adultos, com os recursos que a Natureza nos colocava à disposição.
Não tinhamos televisão. Nao tinhamos sequer luz eléctrica. Não tínhamos computador, nem leitor de CDs, nem livros, nem barbies, nem nada do que as crianças de hoje têm aos montes. Mas eu tenho a certeza que ser criança, nesse tempo, era bem mais interessante.
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Olá, gosto do blog todo, mas os últimos textos têm me levado a tempos da minha infância em que recordo muito bem. Os nossos fatos na Camacha eram feitos com folhas de loureiro, o processo para os confeccionar era o mesmo, com as faúlhas de pinheiro, só me lembro de ouvir a palavra faúlha. Continue com a mesma força, nós estamos cá para a apoiar!
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