quinta-feira, janeiro 05, 2006
Dar amor
"Ela nem sequer deu amor a afastar os joelhos." O quê? Falávamos a propósito de um episódio passado momentos antes dentro da igreja, que nesse domingo não era a habitual, a da nossa paróquia. Estávamos numa igreja que não temos por hábito frequentar e a minha mãe ficou surpreendida com a altivez de uma senhora sentada no banco onde encontrámos lugares disponíveis. Apesar do pouco espaço livre para passarmos, a tal senhora manteve-se hirta, na posição exacta em que estava, não se movendo um centímetro sequer no sentido de nos facilitar a passagem para os espaços vazios no banco.
"Ela nem sequer deu amor a fastar os joelhos!" Com esta expressão, a minha mãe mostrava a seu espanto por uma atitude incompreensível, mesmo sendo nós intrusas naquela comunidade. Mais uma expressão nova para mim. "Não deu amor a afastar os joelhos?"- pergunto - "Mas qual é a lógica?" Mas lá no fundo a lógica é o que menos me interessa. O que me interesse é me comove é esta surpresa permanente, de novas palavras, novas expressões. Saberes antigos e belos.
"Ela nem sequer deu amor a fastar os joelhos!" Com esta expressão, a minha mãe mostrava a seu espanto por uma atitude incompreensível, mesmo sendo nós intrusas naquela comunidade. Mais uma expressão nova para mim. "Não deu amor a afastar os joelhos?"- pergunto - "Mas qual é a lógica?" Mas lá no fundo a lógica é o que menos me interessa. O que me interesse é me comove é esta surpresa permanente, de novas palavras, novas expressões. Saberes antigos e belos.