terça-feira, maio 24, 2005
Fazer figuinhas
Ensinei a minha sobrinha a "fazer figuinhas" e senti-me contente por ter sido eu a ensinar-lhe um ritual que me fartei de repetir em criança e que as crianças das gerações anteriores também tinham repetido, e por isso é que a minha mãe e a minha avó ma ensinaram.
Estávamos a brincar e quase sem notar dei por mim a ensinar-lhe esse antigo gesto. Segurei-lhe nas mãozinhas muito pequenas, do tamanho das mãos das meninas de quatro anos, e fi-la passar o indicador direito sobre o indicador esquerdo, fazendo os movimentos obrigatórios das "figuinhas": "Figuinhas, tu não tens!" Ela fez um sorriso enorme, enquanto fixava os dedos pequeninos a fazerem "figuinhas" à prima, por ter algo que a prima não tinha, que sorte!
São tantos os gestos pequenos como este de fazer "figuinhas"! Tantos pequenos gestos, todos com diferentes significados, que tenho guardados na memória. Esses gestos não teriam o mínimo sentido se não pudesse ensiná-los, segurando numas pequeninas mãos de uma linda menina de quatro anos. Deve ser só para isso que algumas coisas existem. Poder ensiná-las e ver um riso enorme e uns olhos a brilhar de espanto perante algo tão simples, porém novo.
Não tenho por hábito "fazer figuinhas" a ninguém, a não ser nalguma brincadeira mutuamente consentida, nem me julgo possuidora de coisas que possam "fazer ramelas" (ou seja, causar inveja) a alguém. Não tenho muito mais do que este meu estranho gosto pelos pequenos momentos, por tudo o que encerra a estranha magia do que pode continuar a existir, a partir de uma simples memória e de um simples gesto. Esta alegria do insignificante enche-me como se fosse uma alegria grande. Mariana, gostei tanto de te ter ensinado a "fazer figuinhas"!
Estávamos a brincar e quase sem notar dei por mim a ensinar-lhe esse antigo gesto. Segurei-lhe nas mãozinhas muito pequenas, do tamanho das mãos das meninas de quatro anos, e fi-la passar o indicador direito sobre o indicador esquerdo, fazendo os movimentos obrigatórios das "figuinhas": "Figuinhas, tu não tens!" Ela fez um sorriso enorme, enquanto fixava os dedos pequeninos a fazerem "figuinhas" à prima, por ter algo que a prima não tinha, que sorte!
São tantos os gestos pequenos como este de fazer "figuinhas"! Tantos pequenos gestos, todos com diferentes significados, que tenho guardados na memória. Esses gestos não teriam o mínimo sentido se não pudesse ensiná-los, segurando numas pequeninas mãos de uma linda menina de quatro anos. Deve ser só para isso que algumas coisas existem. Poder ensiná-las e ver um riso enorme e uns olhos a brilhar de espanto perante algo tão simples, porém novo.
Não tenho por hábito "fazer figuinhas" a ninguém, a não ser nalguma brincadeira mutuamente consentida, nem me julgo possuidora de coisas que possam "fazer ramelas" (ou seja, causar inveja) a alguém. Não tenho muito mais do que este meu estranho gosto pelos pequenos momentos, por tudo o que encerra a estranha magia do que pode continuar a existir, a partir de uma simples memória e de um simples gesto. Esta alegria do insignificante enche-me como se fosse uma alegria grande. Mariana, gostei tanto de te ter ensinado a "fazer figuinhas"!
Comments:
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Também me lembro desse gesto, mas, no meu caso, não era "fazer figuinhas" mas sim "fazer reininhas"!
"reinhinas, reinhinhas" :-)
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"reinhinas, reinhinhas" :-)
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