sábado, março 26, 2005

Os relâmpagos e as bogangas

Uma regra tão simples e só há pouco tempo a aprendi: os relâmpagos pecam as bogangas. "As luzes dos relâmpagos fazem as boganguinhas pecar", explicou o meu pai, quando quis explorar o assunto, perante um lamento que ouvi em relação às consequências de uma trovoada.
E como é que eu não sabia isso, ainda por cima eu que adoro boganguinhas, pequeninas e tenras, cozidas e só com um pouco de azeite por cima? As bogangas são mais comuns e não precisam de tantos cuidados como as abóboras, mas eu tenho um certo espírito de contradição e prefiro as bogangas.
Às vezes digo que gostava de ser agricultora, para estar sempre rodeada de terra, de Natureza, de ciclos repetidos e de conhecimentos antigos, e não sabia que os relâmpagos pecam as bogangas. Tenho andado desatenta de tantas coisas, afinal. E isso é imperdoável.
Que me fique de lição este conhecimento essencial sobre o futuro das boganguinhas quando surgem relâmpagos. Bogangas com b, sim senhora. Na minha terra, sempre ouvi falar em bogangas e não mogangas como já vi escrito. Sempre disse bogangas e vou continuar a dizer.
E vou ficar preocupada sempre que surgir no céu a luz de um relâmpago. "Pecar" é uma coisa muito mal injusta, até para uma simples boganguinha, que nunca fez mal a ninguém e a mim havia de me fazer bem.

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