segunda-feira, março 21, 2005
Os filhos da Coruja
Era uma vez uma coruja, que tinha como comadre uma águia. Uma dia a coruja precisou de sair, deixando os filhotes no ninho e foi pedir à comadre que os poupasse. A águia concordou, mas quis saber como identificar os filhos da comadre. Então a coruja respondeu: "Olhe, comadre, os meus são os mais bonitos de todos." E foi embora, muito descansada, fazer o que tinha a fazer, com a promessa da águia de que respeitaria o acordo.
Entretanto, a águia saiu à procura de almoço e quando chegou ao ninho da comadre, olhou para aqueles seres horrivelmente feios e pensou: "Tão feios que são, não são os filhos da minha comadre." E toca a comê-los para o almoço. Foi uma desgraça quando a coruja voltou e viu que a comadre lhe tinha comido os filhos. Foi pedir-lhe explicações, ao que ela respondeu, desculpando-se: "A comadre disse-me que eles eram bonitos, mas aqueles eram tão feios, que nunca julguei serem os seus."
A minha avó contava esta história e sempre que a contava dava muitas gargalhadas e ficava um bocado perdida naquele riso, era o jeito dela rir-se assim quando achava piada a alguma coisa. A minha também a conta, mas não se ri tanto como a minha avó, cada uma com o seu feitio.
Lembro-me desta história sempre que digo a alguém que a minha filha é a mais bonita de todas. "Nada tem a ver com a história da coruja, a minha é realmente a mais bonita de todas", acrescento. "É mesmo." Para a reconhecer na escola, entre mais de duzentas crianças, basta olhar atentamente e descobrir qual é a mais bonita.
Entretanto, a águia saiu à procura de almoço e quando chegou ao ninho da comadre, olhou para aqueles seres horrivelmente feios e pensou: "Tão feios que são, não são os filhos da minha comadre." E toca a comê-los para o almoço. Foi uma desgraça quando a coruja voltou e viu que a comadre lhe tinha comido os filhos. Foi pedir-lhe explicações, ao que ela respondeu, desculpando-se: "A comadre disse-me que eles eram bonitos, mas aqueles eram tão feios, que nunca julguei serem os seus."
A minha avó contava esta história e sempre que a contava dava muitas gargalhadas e ficava um bocado perdida naquele riso, era o jeito dela rir-se assim quando achava piada a alguma coisa. A minha também a conta, mas não se ri tanto como a minha avó, cada uma com o seu feitio.
Lembro-me desta história sempre que digo a alguém que a minha filha é a mais bonita de todas. "Nada tem a ver com a história da coruja, a minha é realmente a mais bonita de todas", acrescento. "É mesmo." Para a reconhecer na escola, entre mais de duzentas crianças, basta olhar atentamente e descobrir qual é a mais bonita.
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Tropecei, hoje, pela primeira vez, no rabo do gato. Pela primeira vez, numa estreia auspiciosa, lhe minto. Não tropecei, porquanto me indicaram o caminho que propiciaria o seu vislumbre. Alunas da UMa, minhas colegas, numa conversa ociosa de fim de tarde, falaram-me de si. Conheço a sua voz, somente, já que ouçom, diariamente, a Antena 1. Uma das vozes que a acompanham, na rádio, brota de uma pessoa cujo rosto identifico, com maior facilidade. O Egídio Carreira é meu colega de curso. Comprazo-me por ter encontrado mais um blogue madeirense, tarefa meritória, decorrente da pouca expansão da blogosfera na Madeira. E refiro-me a espaços depurados. A indigência, tal como na realidade "real" - perdoe-me o pleonasmo - também abunda na realidade virtual. Deixo pegadas. Espero divisar suas, também, no meu tugúrio. Boas Páscoas. Seja crente ou não.
Gosto muito do seu mundo literário e acho deliciosa a maneira como consegue acrescentar (por suas palavras) comentários a cada texto.
Antes que me esqueça, As Histórias do Bertoldinho continua a sorrir na minha estante e como diz na dedicatória que deixou, relembro sempre a minha infância, pois ainda sou uma grande criança.
Espero em breve uma visita ao meu mundo.
Atenciosamente,
Natalie Afonseca
(http://a-minha-teia.blogspot.com)
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Antes que me esqueça, As Histórias do Bertoldinho continua a sorrir na minha estante e como diz na dedicatória que deixou, relembro sempre a minha infância, pois ainda sou uma grande criança.
Espero em breve uma visita ao meu mundo.
Atenciosamente,
Natalie Afonseca
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