segunda-feira, março 14, 2005

As botas do Fava

O ti Fava, um homem do nosso sítio que não cheguei a conhecer, comprou certa vez umas botas, mas estas eram demasiado testas, e ele ficava irritado sempre que as calçava, porque lhe custava andar. Dizia: "Estes estupores não dobram!"
Eu não cnhecia a história das "botas do Fava" e fiquei a conhecê-la porque o comando da televisão de casa dos meus pais deixou de funcionar, vai-se lá saber porquê. Depois de mais uma tentativa frustrada para mudar de canal, a minha mãe exclamou: "Não dobra. É como as botas do Fava!" Fiquei curiosa com aquela comparação e pedi à minha mãe que ma explicasse. Foi assim que fiquei a saber da história das botas do Fava.
Fava era a alcunha, claro. Nesse tempo, as pessoas ainda se conheciam todas pelas incríveis alcunhas que se atribuíam umas às outras, muitas vezes a pretexto de pequenos episódios do dia-a-dia. Tal como derivam de pequenos acontecimentos do dia-a-dia muitas das expressões que ainda hoje se utilizam. Esta expressão, as botas do Fava, é um delicioso exemplo da capacidade que as pessoas, mesmo quase analfabetas, têm para criar metáforas.
Só é pena que nesta vida haja tantas coisas como as botas do fava, tantas coisas que "não dobram".

Comments:
...venho retribuir-te a tua visita...e digo-te que gostei muito de ler este texto...realmente devia de haver por aí...muitas "botas do favas"...talvez fosse sinal...que o mundo andasse melhor...e a relação entre as pessoas também...

Espero que continues a visitar-me.
Eu hei-de passar por cá mais vezes.

Tem uma boa semana.
Um beijinho*.
 
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