quarta-feira, outubro 27, 2004
Uma aranhinha acolá em cima
"Olha uma aranhinha acolá em cima." No corredor, junto à janela, há mesmo uma teia com uma aranha. Via-a há pouco e exclamei: "Olha uma aranhinha acolá em cima." Tinha acabado de dizê-lo e já tinha o rosto todo transformado num enorme sorriso. Acabara de usar uma das expressões-código que circulam há anos na minha família. Usamos a expressão "olha uma aranhinha acolá em cima" para mostrar que não queremos falar de um determinado assunto. Usamo-la para desviar as atenções, para distrair os interlocutores, fazendo-os esquecer temas incómodos.
A criadora desta fórmula mágica foi a minha irmã mais nova, éramos ainda crianças. Já não me lembro qual era o assunto a que queria fugir, mas exclamou: "Olha uma aranhinha acolá em cima." Acho que na altura havia mesmo uma aranhinha no local indicado. Mas a partir daí começámos a usar a expressão totalmente desacompanhada de aranhas.
"Olha uma aranhinha acolá em cima!" Tantos anos depois, a fórmula voltou a funcionar. Hoje havia mesmo uma aranha, e todos se concentraram nela e discutimos, até, a existência ou não de aranhas venenosas na Madeira. O assunto inicial, que não interessa saber qual era, ficou esquecido.
A criadora desta fórmula mágica foi a minha irmã mais nova, éramos ainda crianças. Já não me lembro qual era o assunto a que queria fugir, mas exclamou: "Olha uma aranhinha acolá em cima." Acho que na altura havia mesmo uma aranhinha no local indicado. Mas a partir daí começámos a usar a expressão totalmente desacompanhada de aranhas.
"Olha uma aranhinha acolá em cima!" Tantos anos depois, a fórmula voltou a funcionar. Hoje havia mesmo uma aranha, e todos se concentraram nela e discutimos, até, a existência ou não de aranhas venenosas na Madeira. O assunto inicial, que não interessa saber qual era, ficou esquecido.